Os impactos da lei que determina o combate à ilegalidade e à desinformação pelas big techs na UE
5 min de leitura
Os últimos dois anos representaram uma ruptura sem precedentes no mundo corporativo. Muitas empresas foram obrigadas a paralisar as atividades, enquanto outras assistiram a uma transformação radical de suas estruturas em razão da atual pandemia.
A boa notícia é que um contingente considerável de organizações não apenas sobreviveu aos tempos difíceis como vem apresentando uma recuperação promissora. É para essas companhias que se dirigiu o olhar do estudo Para Além de 2021, lançado em novembro pela Accenture. O objetivo foi compreender como elas não só retomaram suas posições anteriores à crise sanitária, como ainda avançaram algumas posições.
Antes de tudo, o levantamento da Accenture mostrou que, durante a pandemia, foi observada uma disparidade significativa entre crescimento da capitalização de mercado e da receita das empresas.
A rigor, para muitas companhias da Ásia-Pacífico, América Latina, Oriente Médio e África do Sul (objetos da pesquisa), o fenômeno já vinha sendo observado entre 2017 e 2019. Mas a eclosão da pandemia acelerou drasticamente essa divergência, impulsionando o crescimento da capitalização de mercado a uma velocidade quase quatro vezes maior em comparação à expansão da receita.
Em alguns casos, essa falta de sincronia acendeu um sinal de alerta – afinal, quanto maior a discrepância e quanto mais tempo ela perdurar, maior será o risco que as empresas deverão correr nos próximos anos. A análise preliminar sobre o descasamento entre quanto as empresas valem no mercado e quanto geram de receita foi insuficiente para os analistas. Eles passaram a avaliar o que fizeram algumas companhias que perceberam a discrepância com antecedência e adotaram medidas para solucionar o impasse, tomando um rumo certo.
À primeira vista, as empresas bem-sucedidas durante a crise sanitária pareciam ter apenas adotado medidas conhecidas, como redução de custos e busca de novas maneiras de operar, além de foco nas oportunidades de mercado e inovação para abrir novos caminhos.
Mas, ao aprofundar a análise, ficou constatado que elas assumiram uma agenda de mudanças que fez toda a diferença. As empresas priorizaram temas como redução de impacto ambiental e social, capacitação dos funcionários, bem-estar do cliente e novas bases de negócios. Em outras palavras, elas se comprometeram com práticas sustentáveis, transparentes e éticas.
Para isso, investiram em equipes inteligentes, inovação e inteligência artificial em larga escala. Igualmente, investiram em comércio digital confiável, além de oferecer experiências seguras e soluções personalizadas aos clientes. Por fim, criaram modelos de negócio a partir de novas bases (tecnologia, ativos, parcerias etc.).
Após analisar os cases de sucesso, a Accenture propôs quatro prioridades para as empresas do futuro, as quais estão sintetizadas na sigla RICE (Responsabilidade, Inteligência, Customização e Escala). Veja, a seguir, as 12 intervenções necessárias para se construir, de maneira inteligente, uma posição de destaque no mundo pós-pandêmico.
Sustentável – Adoção de práticas que fortaleçam a gestão ambiental. Exemplo: aproximação da manufatura e do ponto de consumo final.
Transparente – Criação de transparência de processos com stakeholders externos. Exemplo: permissão para que consumidores rastreiem a origem dos bens que estão comprando.
Ético – Condução de negócios com base em um forte código de ética. Exemplo: assegurar condições de trabalho decentes para os funcionários dos principais fornecedores.
Equipe inteligente – Capacitação de uma força de trabalho especializada para tomar decisões mais inteligentes e rápidas. Exemplo: cientistas de dados colaborando com as equipes sempre que necessário.
Inovação inteligente – Uso de tecnologias avançadas para impulsionar a inovação de produtos e serviços e para alcançar maior velocidade para o mercado. Exemplo: intensificação do uso de automação e processos digitais.
Inteligência artificial em escala – Combinação de dados da mais alta qualidade com análises e recursos de IA para impulsionar mudanças oportunas. Exemplo: detecção precoce de produtos com defeito.
Comércio confiável – Ativos físicos atraentes para atender às necessidades dos clientes. Exemplo: Curbside Pickup (modalidade em que os clientes compram pela internet e retiram o produto no local indicado pelo vendedor), entrega de produto no mesmo dia e operações sem contato.
Experiências seguras – Proteção aprimorada em todos os pontos de contato do cliente. Exemplo: aplicação de cibersegurança para proteção de privacidade e dados pessoais.
Soluções personalizadas – Criação de soluções que atendam às necessidades físicas, mentais e relacionais dos clientes. Exemplo: produtos de seguro personalizados para idosos.
Novas bases de tecnologia – Uso de tecnologias modernas para potencializar as oportunidades de crescimento. Exemplo: utilização da nuvem para lançamento de novos produtos e serviços.
Novos ativos escalonáveis – Investimento em novos ativos proprietários escalonáveis. Exemplo: fabricantes de automóveis que produzem baterias próprias para veículos elétricos.
Novas parcerias – Compromisso com novos parceiros do ecossistema com base em valores compartilhados. Exemplo: companhias aéreas e fazendas verticais (que cultivam plantas em ambientes fechados, sob condições ambientais controladas) unem forças para entregar refeições saudáveis durante o voo.
O Fórum: Pensamento Digital é uma coprodução de MIT Sloan Review Brasil e Accenture.
É colaborador MIT Sloan Review Brasil.
5 min de leitura
7 min de leitura
3 min de leitura
5 min de leitura
5 min de leitura
7 min de leitura