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5 min de leitura

Fintechs e ESG: a oportunidade dos créditos verdes

2Wbank alia expertise em economia de baixo carbono para inovar com marketplace financeiro

Sandro Alexandre de Almeida

03 de Junho

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Artigo Fintechs e ESG: a oportunidade dos créditos verdes

A cada novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), algumas verdades tornam-se ainda mais flagrantes: o bem-estar da humanidade passa diretamente pela preservação ambiental e pela redução da emissão de gases de efeito estufa. Mas não é “só” isso. O sucesso dos negócios também exige iniciativas que caminhem nesse sentido, o que explica a ascensão dos critérios ESG nos últimos anos. O movimento tem se mostrado um importante ativo inclusive para facilitar o acesso ao crédito – premissa sobre a qual a fintech 2Wbank baliza sua atuação.

Alguns indicadores já comprovam como essas ações são indissociáveis da vida contemporânea. É o caso da Pesquisa Global com Investidores 2021, da PwC Brasil. Para 79% dos respondentes, os riscos e as oportunidades ESG são um fator importante na decisão de investimento. Quando não existem atividades concretas envolvendo os critérios, 49% dos investidores se mostram dispostos a desfazer o aporte. Além disso, vale lembrar, os consumidores, de maneira geral, têm preferido produtos e serviços de organizações com atitudes sustentáveis.

Temos aí um círculo virtuoso, positivo tanto para o planeta quanto para os negócios. Mas a adaptação à economia de baixo carbono não é tarefa simples. Uma das melhores formas de começar a transformação é trocar a fonte de energia, de suja para a limpa. Foi isso que motivou a criação da 2W Energia, em 2008. Desde então, ajudamos pessoas jurídicas e físicas a encontrarem soluções sustentáveis no mercado livre, de acordo com perfil de consumo e o preço e o prazo desejados.

Economia na prática

Ao adotar uma matriz energética eólica ou solar, os custos de operação acabam sendo reduzidos. Efetivar essa virada de chave configura-se uma oportunidade única para o Brasil, país com a segunda energia mais cara do planeta, catapultada pela dependência das usinas termelétricas. Com a 2W Energia, os clientes sabem o quanto economizam graças a um extrato climático ambiental. Esse controle também ocorre por meio do Economizômetro, ferramenta que contabiliza a economia acumulada das matrizes e quanto o valor significa em mitigação da emissão de carbono.

Dados assim são essenciais para pleitear certificados internacionais de energia renovável, os chamados I-RECs. Com eles, é possível acessar créditos verdes junto a instituições financeiras. Hoje, no entanto, o cenário é de escassez desse tipo de informação. E foi essa lacuna que nos motivou a fundar o 2Wbank, inspirados em experiências na Europa e na América do Norte – além, é claro, de ouvir nossos clientes para entender a fundo suas principais demandas.

De acordo com um estudo da Similarweb, o Brasil é o segundo mercado que mais investe na comercialização de I-RECs, atrás apenas da China. Logo, não surpreende que o cenário por aqui esteja aquecido para fintechs. Ainda assim, nenhuma startup consegue agregar o valor que o 2Wbank entrega. Temos a missão de levar os benefícios do ESG para toda a cadeia de desenvolvimento do cliente. E materializamos esse objetivo com um serviço que premia empresas e consumidores ao reverter em benefícios as boas práticas de sustentabilidade.

O 2Wbank é uma espécie de marketplace de crédito. Nosso hub é formado a partir de convênios com bancos que oferecem mais de 45 tipos de operações, como antecipações de recebíveis, financiamentos, consórcios e seguros. Além de possibilitar diferentes opções de tomada de crédito, disseminamos nossa expertise em ESG aos clientes por meio de consultorias de combate às mudanças climáticas, governança e desempenho. Contamos, ainda, com um game educativo que gera um certificado e apresenta possibilidades de aplicação dos valores na estratégia corporativa.

Em linha às tendências do mercado financeiro mundial, estamos atentos às possibilidades do mercado de criptoativos. A tecnologia é recente, tendo ganhado impulso há menos de uma década. Mas apesar de ser um mercado incipiente, em 2021 a movimentação global desses ativos superou US$ 1,5 trilhão globalmente.

O cenário preocupa os governos dos Estados Unidos e do Cazaquistão. Isso porque os dois países são os maiores mineradores de bitcoin do planeta. O receio tem nome e sobrenome: o alto consumo energético envolvido no processo de mineração. De acordo com um relatório da Bloomberg, a atividade consumiu cerca de 67 TWh em 2020, e as projeções para o ano seguinte (ainda não consolidadas) eram de 91 TWh. Um outro estudo, publicado na Nature, prevê um cenário ameaçador para a agenda climática. Nele, a mineração de bitcoin na China, sozinha, gerará 130,5 milhões de toneladas métricas de emissões de carbono até 2024.

Esse cenário tem levado o mercado a refletir sobre a importância de uma efetiva economia de baixo carbono. De quebra, o interesse nos criptoativos verdes, minerados de maneira limpa, é alçado a novos patamares. No Brasil, a energia eólica pode ser o melhor caminho, já que responde por 11% da matriz energética nacional, ao passo que a fotovoltaica chega a 7,7%. O próximo passo, agora, é a tokenização dos I-RECs. Ou seja, o uso de criptomoedas para comprar créditos de carbono e compensar a emissão dos gases de efeito estufa.

Os sinais, como podemos ver, são positivos. E ecoam inclusive no Congresso Nacional, onde tramita o projeto do marco regulatório de criptoativos. O texto prevê benefícios fiscais para máquinas e ferramentas destinadas a empresas que utilizarem 100% de energia elétrica de fontes renováveis e neutralizarem 100% das suas emissões.

A 2W está engajada na democratização do acesso à energia de fonte renovável, a fim de promover um consumo mais consciente, limpo e inteligente. Assim, as futuras gerações herdarão um legado positivo não apenas para a sustentabilidade ambiental, mas também a todo segmento corporativo.

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Autoria

Sandro Alexandre de Almeida

Sandro Alexandre de Almeida é diretor de inovação e tecnologia da 2W Energia e CEO do 2@ Bank. Formado em Direito tem mais de 25 anos de experiência no mercado financeiro e no varejo.

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