
Tendências
14 Novembro | 2023
Tendências globais de negócios para focar ainda esse ano – parte 2
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Tendo como base os relatórios do WEF e da PwC, analiso como a automação, o envelhecimento populacional e as mudanças demográficas e ambientais irão impactar os negócios e o mundo do trabalho nos próximos anos
Luís Rasquilha
17 de Agosto
Fruto das mudanças recentes originadas pelo advento da chamada 4ª revolução industrial, catalisada pela pandemia que nos assolou no último ano e meio, o mundo tem vivido uma constante busca de identificação dos cenários que melhor caracterizam o futuro.
Diferentes publicações estão nos ajudando a entender como as reflexões sobre o futuro precisam ser incorporadas em nossas realidades empresariais. De tudo o que tem sido publicado, gostaria de compartilhar alguns dos temas que considero mais relevantes para o futuro do trabalho e dos negócios, resumidos de publicações de grandes empresas e instituições que estão se dedicado ao tema.
Assim, divido algumas das reflexões mais relevantes sobre o tema, estruturado em dois blocos: (1) as forças motrizes que influenciam os negócios e (2) os drivers que condicionam o trabalho. As reflexões sobre o futuro dos negócios têm como fonte o relatório Workforce of Future 2019 da PWC. Já as análises sobre o trabalho têm como base o relatório Future of Jobs 2020 do Fórum Econômico Mundial e outras fontes de notícia e análise.
Dianteiras da tecnologia da informação: automação, robótica e inteligência artificial já estão mudando a natureza e o número dos trabalhos disponíveis. A tecnologia tem o poder de melhorar a qualidade de vida, aumentar a produtividade, a expectativa de vida e libertar as pessoas para se focarem em funções não operacionais. No entanto, esse fenômeno também traz as ameaças ao nível social, político e econômico caso não se atinja o equilíbrio entre forças que são e serão cada vez mais afetadas por essa mudança.
Mudança no tamanho, distribuição e perfil etário da população mundial: com algumas exceções regionais, a população está envelhecendo, colocando pressão nos negócios, instituições e na própria economia. A expectativa de vida vai afetar modelos de negócio, ambições e custos de pensão. Trabalhadores mais velhos precisarão de novas competências para trabalharem mais tempo. Na esteira desse pensamento, o lifelong learning será a norma. Com o rápido envelhecimento, faltará mão de obra humana em várias economias. Com isso, haverá um impulso para a necessidade de aprimoramentos de automação e produtividade.
Aumento significativo da população mundial se mudando para as cidades: até 2030, a ONU projeta que 4,9 bilhões de pessoas serão urbanas e, até 2050, a população urbana do mundo aumentará 72%. Hoje a maioria das grandes cidades já têm crescimentos superiores a uma grande parte dos países médios. Nesse novo mundo, as cidades serão importantes agentes de criação de novos negócios e empregos.
Mudança de poder entre países desenvolvidos e em desenvolvimento: as nações em rápido desenvolvimento, particularmente os países com uma grande população em idade ativa, que adotarem um espírito de negócios, conseguirem atrair investimentos e melhorarem a sua educação são as que terão mais sucesso. Os países emergentes enfrentam o maior desafio à medida que a tecnologia aumenta o abismo com o mundo desenvolvido. Além disso, o desemprego e a migração continuarão a ser galopantes sem investimento significativo e sustentado. A erosão da classe média, a disparidade de riqueza e a perda de empregos devido à automação em larga escala aumentará o risco de agitação social nos países desenvolvidos.
Combustíveis fósseis esgotados, condições climáticas extremas, aumento do nível do mar e escassez de água: a demanda por energia e água deve aumentar em 50% e 40% respectivamente até 2030. Novos trabalhos em energias alternativas, engenharia de processos, design de produtos e gestão de desperdícios serão necessários para gerenciar e reutilizar os resíduos para lidar com essas necessidades. As indústrias tradicionais de energia, e os milhões de pessoas empregadas por elas, sofrerão uma rápida reestruturação.
1. Aceleração da mudança tecnológica
• Novas tecnologias que substituem o trabalho humano e ameaçam o emprego de milhões de pessoas, como caminhões sem motorista;
• Novas tecnologias que expandem ou complementam o trabalho humano, por exemplo o uso de robôs na saúde;
• Mudanças súbitas nas necessidades dos clientes por novas tecnologias que resultam em novos modelos de negócio, novas formas de trabalhar ou inovação mais rápida de produto;
• Oportunidades habilitadas pela tecnologia para monetizar serviços gratuitos, como Amazon Web Services, ou ativos subutilizados, como dados de consumo pessoal.
2. Demanda crescente de habilidades
• Educação formal, aperfeiçoamento das habilidades e conhecimentos técnicos necessários para executar o trabalho;
• Escassez crescente de trabalhadores com capacidade de adaptação aos novos cenários profissionais.
3. Mudança nas expectativas dos funcionários
• Flexibilidade e autonomia de trabalho permitem melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal;
• Aspiração de trabalhar com propósito e com oportunidade de incuti-lo nos colegas e equipes.
4. Mudança na demografia do trabalho
• Necessidades de aumentar a participação da força de trabalho de populações sub-representadas, como idosos, mulheres, imigrantes e trabalhadores rurais.
5. Modelos de trabalho em transição
• Aumento do trabalho remoto;
• Crescimento de formas contingenciais de trabalho, como o trabalho de plantão, temporário e de terceirizados;
• Plataformas de freelancers e de compartilhamento de trabalho que fornecem acesso a talentos;
• Execução do trabalho por meio de ecossistemas complexos de parceiros envolvendo vários setores, regiões demográficas e empresas de diversos tamanhos.
6. Evolução do ambiente de negócio
• Nova regulamentação destinada a controlar o uso de tecnologia (ex: taxas de robô);
• Mudanças regulatórias que afetam níveis salariais, seja diretamente, como salários-mínimos ou direitos da previdência social, ou indiretamente (mais programas públicos de transferência de renda ou de renda básica universal, por exemplo);
• Mudanças regulatórias que afetam o fluxo transfronteiriço de bens, serviços e capital;
• Maior volatilidade econômica e política, à medida que os membros da sociedade se sentem abandonados.
Essas diferentes perspectivas se complementam e devem ser consideradas como um pensamento estratégico e de gestão para apoiar o preparo de empresas e colaboradores na gestão do futuro que já é presente.
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CEO da Inova TrendsInnovation Ecosystem e professor da Fundação Dom Cabral (FDC), Hospital Albert Einstein e Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP).
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