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Nuvem para todos os portes

Se já foi necessário defender a nuvem como um passo em relação ao futuro, hoje, é uma certeza: o modelo chegou para reimaginar negócios, e a discussão passa a ser como viabilizar e adaptar as ferramentas existentes para todos os portes de empresa

Rafael Gonçalves

28 de Abril

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Artigo Nuvem para todos os portes

Quando estamos felizes, com as coisas caminhando corretamente, é comum dizer que estamos nas nuvens. Em inglês, inclusive, a expressão cloud 9 tem significado semelhante, já cantada por artistas como Jamiroquai, Bryan Adams e Beach Bunny. Não seria exagero dizer que a nuvem, portanto, é o local ideal para começar um ambiente de dados e de inteligência para qualquer negócio.

Em período de afastamento forçado de muitas empresas, o formato “computação em nuvem” parece ter ficado mais palpável e acessível para todos. À medida em que muitos prédios e escritórios ficaram vazios com a pandemia com a adoção forçada do home office, a ideia de ter todos os sistemas e dados disponíveis passou a não ser mais possível, mas obrigatória do ponto de vista de negócios.

Adaptabilidade, não! Always-ready

Imagine precisar migrar toda estrutura de inteligência, sistemas e dados para uma estrutura que permita acesso remoto, de forma ágil e segura para uma empresa inteira, que antes se localizava em um prédio. É necessária a compra do equipamento, chegada, instalação, correndo risco de problemas físicos em peças, por exemplo. Com a nuvem, em questão de minutos é possível ter um ambiente pré-configurado, como explica Rodrigo Susaki, head responsável por S/4 Hana na SAP Brasil. Além disso, há outra grande vantagem de poder contratar apenas o necessário: “flexibilidade e agilidade, inclusive de você começar pequeno e depois ir crescendo à medida que precisa”.

Naturalmente, esse tipo de mudança requer um planejamento, afinal, desmobilizar estruturas físicas já prontas e funcionando pode representar um gasto que a empresa não estava preparada para realizar em um primeiro momento. “A partir do momento que você está compartilhando infraestrutura, data center, ar-condicionado, energia, equipe de segurança, limpeza, se você está dividindo o condomínio, está dividindo o custo. É natural que o uso da nuvem habilite que você tenha um menor custo de propriedade com esse compartilhamento dos custos”, explica Susaki.

“Ao passo que mais camadas são transpostas para a nuvem, mais claro é enxergar os benefícios e a redução de custo. Se você pensa que também pode compartilhar base de dados, storage onde os dados estão armazenados, servidores de aplicação, até chegar eventualmente na divisão da aplicação em si, o que também é possível, cada um desses elementos que você vai subindo reduz o seu custo”, completa o executivo.

Nativos digitais

Fintechs não pensam em subir um data center. Elas pensam que metade do caminho já está feito usufruindo da subscrição a um serviço em nuvem. A partir disso, a empresa desenvolve o business. “Agora, se você pegar as grandes instituições financeiras com mais de 50 anos de Brasil, lá atrás nem se pensava nisso. É natural agora, e é o desafio”, decreta Susaki.

O executivo faz uma comparação bastante interessante ao apontar que, no passado, era comum comprar CDs e vinis e armazená-los em casa; então, ganhamos espaço e opções de ampla escolha quando passamos a assinar um serviço de música em streaming, que tem algumas dezenas de milhões de canções disponíveis a um clique. “De uma forma em alto nível, a redução do custo de propriedade quando falamos na nuvem está neste primeiro contexto”, resume, lembrando que é sempre importante dimensionar o tamanho de cada camada e de cada benefício dependendo de cada negócio.

Empresas inteligentes

É necessário, portanto, caminhar para o usufruto das melhores tecnologias em vez de apenas debater questões estruturais. Logo, o processamento inteligente dos dados, a otimização dos recursos dessa infraestrutura compartilhada e a eliminação de sistemas paralelos são fundamentais para isso.

A SAP desenvolveu, dessa forma, o SAP S/4HANA Cloud, que não é simplesmente uma versão mais nova de um sistema de ERP, mas, sim, uma outra abordagem de uso de tecnologia. “Estamos falando de uma redução de até 50%, porque os dados ficam comprimidos em memória. Isso foi um dos grandes benefícios. E nós começamos a entregar, fazendo o uso de novas tecnologias em memória, o que era um grande desafio: os dados transacionais junto com o analítico embarcados na mesma solução”, orgulha-se.

O benefício mais claro é a aglutinação de dados para a tomada de decisão em uma mesma ferramenta. Segundo o head de S/4 Hana, “a necessidade de realizar análises muitas vezes complexas, como aprovar o incremento da linha de produção, replanejar onde vão os investimentos no momento de pandemia e redirecionar um produto que não tem muita saída para um produto que está sendo mais demandado, tomava dias. Esse delay, portanto, era onde os negócios perdiam o seu famoso time to value. Com isso, nós começamos a acelerar essa entrega de valor para o negócio”, explica.

Nesse sentido, a inteligência artificial embarcada também permite fazer predições. Se há matérias-primas em vias de esgotar, por exemplo, ele já pode fazer o replanejamento, ou disparar um processo de cotação, de uma forma inteligente e automática para aqueles insumos, evitando uma eventual quebra da produção.

Segurança em primeiro lugar

Cerca de uma década atrás, a confiança e o nível de maturidade de ofertas na nuvem para armazenamento de dados críticos era bastante baixo. Preocupações com segurança, integridade e custos da nuvem eram comuns, o que faz sentido quando se coloca em perspectiva o investimento realizado pelas empresas na construção de data centers próprios. Contudo, hoje, a nuvem já superou essa barreira.

A pandemia, inclusive, mostrou na prática como isso funciona. Qualquer comércio, até de bairro, como uma padaria, por menor que seja, agora tem um canal que se assemelha a um e-commerce – seja o pedido por aplicativo, telefone, mensagem eletrônica. Pelo momento, a fragilidade dos negócios tradicionais e a importância do papel da tecnologia ficam destacadas, pois é possível entregar de uma forma mais ágil quaisquer modificações nos negócios.

“Uma série de cadeias de fornecimento foram interrompidas do dia para a noite porque não estavam preparadas para um corte brusco. Mostrando essas fragilidades, foi onde as empresas perceberam que precisavam investir para que isso não se repetisse em situações futuras”, conclui, citando ainda que a SAP trabalha com 18 dos 20 produtores globais de vacina contra a covid-19. Um dos casos de sucesso é o da Moderna, cuja solução na nuvem estabelece um portal de colaboração com parceiros da cadeia de fornecimento da farmacêutica para garantir que o fluxo da logística aconteça.

Essa discussão não acaba por aqui. Quer conferir mais sobre o que esperar da nuvem e de modelos de negócios bem-sucedidos? Clique aqui e faça seu cadastro no evento Eixo exponencial – O Futuro no Agora: como a tecnologia em nuvem torna-se uma aliada nas práticas ESG de empresas inteligentes?, a ser transmitido em 6 de maio, às 17h30. A MIT Sloan Review é uma das parceiras do evento e estará presente nesta mesa redonda imperdível. Inscreva-se e não perca!

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Autoria

Rafael Gonçalves

Editor de conteúdos customizados para MIT Sloan Review Brasil, radialista, jornalista e professor universitário, especialista em comunicação corporativa, mestre em comunicação e inovação e doutorando em processos comunicacionais. Desde 2008, atua em agências, consultorias de comunicação e gestão para grandes empresas e em multinacionais.

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