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Todos nós gostaríamos de responder “sim” à pergunta acima. A realidade é que implantar uma cultura de meritocracia em uma empresa é um processo de aprimoramento contínuo cheio de obstáculos
Augusto Dias Carneiro
22 de Novembro
Meritocracia surgiu com Platão, em A República (aprox. 370 a.C.). Ele imaginou uma “elite intelectual” eleita (isto é, não hereditária) no comando político. A China, no século 5 d.C., já recrutava funcionários públicos por concurso. Nos séculos 12 e 13, Veneza, comandada por um líder eleito assessorado por um conselho de anciãos, transformou um pântano fedorento numa cidade que comandou o (então) mundo.
No início dos anos 1980, a dupla Reagan/Thatcher, ao promulgar a fé no poder dos mercados de trazer para a sociedade as melhores soluções, reinventaram a meritocracia, agora com um sotaque de mercado: se você é rico, é porque merece; e se é pobre, é porque também merece. O bordão de Reagan “você merece!” foi posteriormente incorporado por Blair, Clinton e Obama. De lá para cá, essa meritocracia perdeu a aura de solução milagrosa: Wooldridge (citado abaixo) situa o auge desse descontentamento na crise dos mercados financeiros de 2008-2009, e os salvamentos bilionários de empresas e bancos (“too big to fail” tem forte vínculo de DNA com esta meritocracia).
A meritocracia do modelo Reagan/Thatcher — que pela sua crença de que as forças de mercado tudo resolverão soa estranha para nós brasileiros — só serve para eternizar a arrogância de quem teve formação privilegiada e a humilhação de quem foi excluído. E a empresa que aderir a este tipo de meritocracia muito provavelmente acabará sendo uma empresa onde:
Nós aqui, na terra das jabuticabas, temos um longo — e não muito bem-sucedido — envolvimento com o tema. Nossa primeira Constituição (1824) tem um artigo inteiro (o 179) sobre — imagine! — meritocracia no acesso a cargos públicos. E todos nós temos histórias para contar de know who prevalecendo sobre know how.
Vicente Falconi (citado por Neuza Chaves, na referência abaixo) acerta em cheio quando define meritocracia como: “A prática da ética no trabalho, que privilegia e promove os melhores, independentemente de raça, credo, ideologia, relacionamento familiar ou amizade. A organização precisa ser coerente e dar a todos a mesma oportunidade”.
Uma empresa precisa praticar a meritocracia nos seus processos de:
E hoje em dia toda avaliação precisa incluir colegas, acionistas, stakeholders, e meio ambiente.
Nessa altura do artigo, você já se deu conta de que (1) meritocracia significa coisas diferentes para pessoas diferentes, e (2) migrar uma empresa para a meritocracia, conforme a definição Falconi, é um processo incremental de aprimoramento contínuo. Como fazer isso? A título de agenda mínima inicial:
Neuza Chaves escreveu o livro fino Meritocracia: Influência da Cultura Brasileira no Desempenho e no Mérito (Falconi Editora, 2017). Tenho muito respeito por livros finos, principalmente por (1) elencar algumas das peculiaridades culturais brasileiras que influenciam o tratamento da meritocracia pelas empresas, e (2) fazer uma análise estatística rigorosa das avaliações de desempenho de uma empresa específica. Senti falta, nestas avaliações, de quesitos referentes ao coletivo, por exemplo, a “influência positiva na equipe” e “desenvolve os Outros”. Recomendo, em particular como primeira leitura para quem quer disciplinar esse tema dentro de uma empresa no Brasil.
E, se você gosta ler sobre ambos os lados da questão:
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Coach, Headhunter, autor, e futuro mediador e board member, Augusto Dias Carneiro é sócio da Zaitech Consultoria e escreveu “Guia de Sobrevivência na Selva Empresarial”.
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