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Se durante 2019 inteiro você não teve “tempo” para pensar no que é realmente importante em termos de carreira daqui para a frente, aproveite o momento das reflexões. Aqui vai um resumo e um lembrete
Luís Rasquilha
20 de Dezembro
Sem querer ser simplista, mas gostando de simplificar a realidade, podemos resumir a evolução do mundo, da sociedade e dos negócios em três grandes momentos, através da lente era vs. fonte de poder. Assim:
Este era o momento onde quem detinha a terra detinha o poder, pois permitia-se definir o que e quando seria produzido. Esta era dividiu a sociedade entre os Aristocratas e os Plebeus.
Estes eram tempos em que pouca educação/formação era necessária (eventualmente inexistente) pois apenas se repetia a produção agrícola já inventada alguns séculos antes e com a ausência de concorrência (no conceito que o conhecemos hoje) não existia a pressão do negócio como o vivemos atualmente.
Com a transformação das terras em capital, pela sua venda, associado ao crescimento populacional, tornou-se necessária a adoção de novas formas de produção. Chegava assim a era industrial (ou revolução industrial) onde os detentores do capital determinavam o rumo da produção. Esta era dividiu a sociedade entre os Capitalistas e o Proletariado, tendo dado origem às classes sociais como as conhecemos hoje.
Conhecemos nesta era a criação de um modelo de educação que focava a sua atuação na capacitação de competências técnicas e de repetição e, portanto, quando mais “igual” melhor.
Após a chegada do mundo conectado (primeiro via smartphones e agora via internet de tudo – IoE, Internet of Everything) a era mudou para uma nova realidade onde a fonte de poder é a informação e mais do que mera informação a sua capacidade em transformá-la em conhecimento, acrescento eu, aplicável.
Vivemos a terceira era, que corresponde à quarta revolução industrial, na qual não é mais a terra ou o capital que determinam a realidade e o curso da história. Hoje o poder está no conhecimento e na velocidade de acesso e atualização do mesmo. E esta era está dividindo a sociedade nas espécies.
Assistiremos no futuro a diversas espécies classificadas pela sua capacidade de acessar e utilizar a informação. Harari fala na era singular, ou algorítmica onde cada um será naturalmente diferente do outro. Nesta nova realidade entram em cena novas e diferentes habilidades que até agora estariam em segundo, e talvez até em nenhum, plano na agenda educacional.
O Fórum Econômico Mundial (WEF, World Economic Forum) publicou em 2015 a lista das 10 principais habilidades para os profissionais do futuro em 2020. Eram elas:
Em 2018 o WEF atualizou o outlook de habilidades atualizadas que assumiram a seguinte lista:
Habilidades crescentes
Pensamento analítico e inovador
Aprendizagem ativa e estratégias de aprendizagem
Criatividade, originalidade e iniciativa
Design e programação de tecnologia
Pensamento crítico e analítico
Resolução de problemas complexos
Liderança e influência social
Inteligência emocional
Raciocínio, resolução de problemas e ideação
Análise e avaliação de sistemas
Habilidades decrescentes
Destreza manual, resistência e precisão
Habilidades de memória, verbal, auditiva e espacial
Gestão de recursos financeiros e materiais
Instalação e manutenção de tecnologia
Leitura, escrita, matemática e escuta ativa
Gestão de pessoal
Controle de qualidade e conscientização de segurança
Coordenação e gestão do tempo
Habilidades visuais, auditivas e de fala
Uso, monitoramento e controle de tecnologia
Fica notória a conclusão de que, como pessoas, famílias e sociedade, precisamos fazer uma nova abordagem educativa e de desenvolvimento, focada mais na capacidade de pensamento e menos na execução, deixando as máquinas executar aquilo que outrora era função dos seres humanos. Nessa equação humano vs. digital o pêndulo mudará a favor daqueles que conseguirem o equilíbrio entre pensamento e execução, produzindo conhecimento aplicável, extraído da informação disponível.
Comece bem 2020 pensando seriamente nisso e no que você vai fazer na sua vida que vai te ajudar a lidar com esse novo e empolgante desafio. Novos cursos? Viagens? Comprar tecnologias para fazer experimentos? Sim, fazer é preciso. Porque apenas abater-se não adianta nada.
CEO da Inova TrendsInnovation Ecosystem e professor da Fundação Dom Cabral (FDC), Hospital Albert Einstein e Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP).
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