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Cibersegurança

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Cibersegurança e seu impacto na sobrevivência dos negócios

A mesma aceleração tecnológica que tornou as empresas mais digitais aumentou a vulnerabilidade dos negócios; capacidade de resposta está nas leis de proteção de dados e na construção de uma robusta estrutura de segurança

Colunista Danilo Magnani

Danilo Magnani

24 de Setembro

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Artigo Cibersegurança e seu impacto na sobrevivência dos negócios

A pandemia trouxe a cibersegurança para o topo dos negócios. Com o rápido processo de digitalização das empresas, o desenvolvimento tecnológico também precisou se modernizar. Do contrário, como seria possível suportar essa transição?

Neste cenário de transformação dos negócios, a segurança da informação assumiu um papel de importância e protagonismo, viabilizando e apoiando as organizações e negócios no alcance de objetivos estratégicos.

Nos últimos dois anos, muitos riscos foram assumidos nesse contexto de transformação, devido à necessidade imediata das empresas e da velocidade empregada para o aperfeiçoamento tecnológico nos negócios. Vale lembrar que muitas empresas dependiam dessa qualificação, praticamente feita em tempo real, para sobreviverem, aumentando assim a possibilidade de brechas de segurança.

Outro fato é que as tecnologias de segurança já consolidadas e fundamentais para o alicerce empresarial não eram suficientes para apoiar o processo de digitalização que estava ocorrendo antes da pandemia, pois os dados e ações dos clientes, parceiros e colaboradores concentravam um grau menor de informações e de atividades em comparação com o que registramos atualmente.

Ao longo desse período pandêmico, por exemplo, os times de segurança não conseguiam mais identificar e ter visibilidade se havia ocorrido um incidente de segurança de compartilhamento de senha, ou se somente o cliente passou a utilizar uma rede 4G, devido à indisponibilidade de rede local.

Para atenuar o cenário, as leis de proteção ao dado já haviam sido estabelecidas no Brasil e no mundo, trazendo mais rigor na proteção dos dados dos clientes. No entanto, como era possível proteger os dados e ainda proporcionar uma boa experiência aos clientes, parceiros e colaboradores, se a variável do tempo não era favorável às tecnologias e soluções de cibersegurança?

Como montar uma estrutura de cibersegurança?

A construção de um plano estratégico de segurança da informação, alinhado ao negócio e a tecnologia, com investimentos e um roadmap de priorização, é fundamental para que o processo de transformação digital das companhias tenha sucesso. Abaixo, listo algumas fases e estruturas que são fundamentais na formação de um plano sistemático de cibersegurança:

Estrutura: a criação de colaboradores e parceiros, com atribuição de responsabilidades e de especialidades bem definidas é essencial para a execução desse plano.

Fundação: criar, consolidar, revisar e sanitizar processos, controles e ferramentas de segurança considerados básicos, como: (1) políticas, monitoramento do ambiente, gestão de incidentes, gestão de ferramentas (antivírus, DLP, antispam, firewall etc.); (2) gestão de vulnerabilidades, de desenvolvimento seguro, de fornecedores e de acessos; (3) criação de um programa de educação em segurança. Essas devem ser premissas para estabilização e evolução do ambiente. Sem essa fase, dificilmente sua empresa conseguirá alcançar objetivos de cibersegurança e provavelmente terá graves problemas, e consequências, num curto espaço de tempo.

Arquitetura: construa uma arquitetura flexível, desacoplada e simples, possibilitando a conexão de novas funcionalidades de segurança a cada necessidade ou funcionalidade do negócio, proporcionando mais velocidade e diminuindo o custo de implementação de novos projetos.

Inovação: inclua em seu roadmap novas soluções de segurança com conceitos atuais de proteção (passwordless, edr, xdr, sase, zero trust e microssegmentação de redes). Com essas ferramentas, é possível gerar uma experiência mais segurança para clientes, colaboradores e parceiros. As soluções proporcionam ainda mais visibilidade do ambiente empresarial e dos comportamentos das partes envolvidas.

Além desses pontos, acompanhe a evolução do plano, por meio de indicadores que possibilitem apontar de maneira clara o processo de proteção de dados. Avalie também se os recursos de segurança estão sendo utilizados de forma adequada. Com isso, crie visões que geram valor e insights ao negócio.

Não é novidade que clientes querem se utilizar de plataformas digitais seguras para realizarem suas atividades, e a segurança se tornou um diferencial competitivo aos negócios. Portanto, envolva o executivo de segurança nas decisões estratégicas da empresa.

Se você ainda não tem esse tema como prioridade em seu negócio, busque apoio de pessoas especializadas para construção e execução de um plano, juntamente com parceiros e soluções de mercado que contribuam para a jornada de transformação digital.

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Autoria

Colunista Danilo Magnani

Danilo Magnani

é gerente de cyberSecurity, telecom e redes da Recovery, empresa do Grupo Itaú e plataforma pioneira de cobrança de dívidas no Brasil. Com mais de 17 anos de experiência nas áreas de segurança da informação e continuidade de negócios, tem passagem por grandes consultorias e empresas financeiras, como E&Y, Tecban, Cielo e Banco BV. É formado e pós-graduado em tecnologia da informação pela Universidade Mackenzie e tem MBA em gestão de negócios pela Fundação Instituto de Administração.

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