A importância dos relatórios ESG vai aumentar – e muito
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Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, publicada na revista Inc., indica que 9 em cada 10 pessoas esperam mais das empresas do que apenas gerar lucro. O que a sua empresa está fazendo para tornar o mundo mais justo, mais inclusivo, mais sustentável?
Como tenho insistido nesta coluna, a tão propalada ideia de Milton Friedman, prêmio Nobel de economia na década de 1960, até poderia ser considerada errada na perspectiva de hoje, mas ela é, de fato, apenas incompleta. Uma organização precisa realmente gerar lucro, pois, se não o faz, ela será irresponsável socialmente. Ela colocará em risco a vida de seus funcionários e famílias e também outros stakeholders do ecossistema de negócios.
O que essa pesquisa que a revista Inc. destaca é o que o Friedman deixou de fora de sua formulação: já não se aceita que uma organização gere apenas excedente de riqueza financeira (como também é conhecido o lucro). As organizações precisam gerar excedente de riqueza em múltiplas dimensões: precisam gerar valor social, valor ambiental, valor de conhecimento, valor tecnológico, valor emocional, entre outros valores. Alguns acreditam que as organizações podem gerar valores espirituais também, ajudando a seus colaboradores viverem seus propósitos de vida através da expressão máxima de seus talentos.
Essa ideia que uma empresa deva deixar de ser uma saqueadora do sistema surgiu com um insight de Ray Anderson, CEO e Fundador da empresa Interface. Em 1994, a pedido dos funcionários da empresa que queriam iniciar um programa de sustentabilidade, Ray Anderson foi convidado para dar o ponta pé inicial ao programa. Sem saber o que fazer e sem entender o que significava uma iniciativa de sustentabilidade, ele se deparou com o livro “The Ecology of Commerce”, de Paul Hawken. que trouxe uma expressão muito impactante: A morte dos nascimentos, referindo-se à extinção de espécies.
Isso o fez perceber que sua empresa, Interface, atuava como uma saqueadora e que as organizações que operassem assim no futuro certamente teriam seus líderes encarcerados. Esse despertar levou ele e sua equipe a lançar o programa de sustentabilidade para que alcançassem uma operação carbono neutro em 2020. Eles alcançaram isso um ano antes, em 2019. Agora buscam ser regenerativos.
Nem todos tem esses momentos de epifania que Ray Anderson teve. Do ponto de vista da pessoa física, temos muitos tipos de “assessments” ou auto-avaliações para nos entendermos melhor e colocarmos nossos talentos a serviço do nosso proposito e da nossa realização. Do ponto de vista da pessoa jurídica, como descobrimos onde estamos? Qual a nossa situação?
A melhor alternativa disponível hoje é a avaliação do Sistema B. Uma autoavaliação de impacto para qualquer organização, confidencial, a não ser que você queira certificar a sua empresa pelo protocolo das empresas B: Empresas MELHORES para o mundo.
https://bimpactassessment.net/pt-pt/medindo-o-que-importa
Aqui você terá uma oportunidade de responder a perguntas que não se fazem no dia a dia de uma operação ou da gestão de uma empresa. Além disso, a autoavaliação do Sistema B permite mapear o seu desempenho contra os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, os famosos 17 ODS da ONU.
Um estudo realizado pelo Grupo Citibank nos Estados Unidos, demonstrou que a perda de oportunidade econômica por causa da desigualdade racial é da ordem de US$ 16 trilhões nos últimos 20 anos. Isso nos Estados Unidos, ondE a população que se declara afrodescendente é de 14%. Imagine a perda no Brasil. Então, aqui vai mais uma pergunta para você, líder: como sua organização atua para diminuir o problema da desigualdade?
Pense numa bucket list de 2021 para que a nossa economia não perca trilhões de reais. Uma com dez itens poderia ser assim:
Cofundador e ex-diretor geral do movimento do capitalismo consciente no Brasil, Thomas Eckschmidt é autor de Conscious Capitalism Field Guide e outros livros práticos para implementar os fundamentos de um capitalismo mais consciente. É ainda cofundador e CEO da Conscious Business Journey, uma rede de consultores com o propósito de acelerar a transformação para um ecossistema de negócios conscientes e atua como conselheiro em diversas empresas.Em seu site www.CBActivator.cc, Thomas disponibiliza um e-book sobre como ativar a consciência da sua organização. Ele encabeça o podcast Capitalista.Consciente, encontrado nos principais tocadores.
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