fb

Finanças

3 min de leitura

CFOs têm confiança elevada sobre negócios e economia

Pesquisa da Saint Paul Escola de Negócios em parceria com o IBEF-SP mostra uma preocupação de CFOs para suprir demandas do mercado interno e alocar recursos em TI, mas com investimento reduzido em inteligência artificial e big data

Luis Gabatelli

20 de Agosto

Compartilhar:
Artigo CFOs têm confiança elevada sobre negócios e economia

Como CFOs estão lendo e classificando o desempenho econômico do Brasil? A pergunta foi levantada em pesquisa pela Saint Paul Escola de Negócios e pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo (IBEF-SP) para medir o Índice de Confiança do CFO sobre os negócios e a macroeconomia brasileira. O estudo trimestral mostra o nível mais elevado de confiança desde a primeira mensuração, feita em 2016.

No estudo, foram verificadas as expectativas dos CFOs sobre os setores e empresas em que atuam para os próximos 12 meses. O mesmo levantamento foi feito em relação às expectativas da macroeconomia para daqui a um ano.

A pesquisa, denominada de iCFO, conta com uma escala de pontuação, indo de 20 (maior índice de pessimismo) até 180 pontos (índice mais otimista). De acordo com a metodologia da pesquisa, 100 pontos representa a neutralidade das expectativas dos CFOs para os próximos 12 meses. No segundo trimestre de 2021, o índice chegou a 144,1 pontos.

O indicador seguiu uma tendência do primeiro trimestre deste ano, contando com uma variação positiva de 10,6 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior de 140,8 pontos. De acordo com o relatório, o índice “demonstra fortes perspectivas de recuperação, em comparação ao momento econômico e social recente”. Os indicadores por trimestre, desde o primeiro até o último levantamento, estão detalhados abaixo:

CFOs e o índice de confiança

Foco da liderança

O estudo também levantou quais foram as principais preocupações de CFOs no segundo trimestre deste ano: (1) demanda do mercado interno, tema predominante desde o primeiro relatório, em 2016; (2) custos de insumos – refletindo a escassez de suprimentos em alguns setores, além da inflação; (3) competitividade e atuação da concorrência, (4) câmbio e (5) atração, retenção e motivação de talentos. As demais preocupações dos CFOs podem ser lidas no gráfico abaixo:

Foco dos líderes

Investimentos em TI, IA e big data

A pesquisa também coletou informações sobre as principais perspectivas de investimentos para os próximos 12 meses. Na liderança está tecnologia da informação (27% das menções); seguida de ampliação da capacidade instalada (26, 1%); pesquisa e desenvolvimento (11,9%); novas linhas e unidades de negócio (11,2%); fusões e aquisições (6,8%); aquisições ou modificações imobiliárias (4,4%); abertura de novas unidades (4,3%). Outros investimentos não citados especificamente representaram 8,2%.

Na esteira de recursos alocados em TI, os CFOs responderam ainda o quanto do investimento será destinado para soluções de big data e inteligência artificial. 47% dos respondentes disseram que pretendem investir menos da metade dos valores previstos no prazo de um ano. Já 27% afirmaram que não pretendem investir nessas soluções. Os 26% restantes disseram que irão utilizar metade ou mais dos valores depositados em TI nas soluções de IA e big data nos próximos 12 meses.

Sobre esses números, de acordo com o relatório, houve “um declínio de 9,8 p.p. sobre os 35,8% alcançados nessa classificação no trimestre passado. Esse declínio pode parecer dissonante, se considerado o aumento no índice de otimismo, e é preocupante quando analisado ao nível nacional. Conforme dados divulgados pelo Fórum Econômico Mundial, o futuro do trabalho será profundamente impactado por novas tecnologias, e a competitividade da nação e de nossos profissionais podem estar em risco caso o Brasil tarde a mostrar intenções mais agressivas nesse tipo de investimento”.

A pesquisa

O levantamento feito pela Saint Paul Escola de Negócios, com apoio do IBEF-SP, contou com uma amostra de 100 respondentes em todo o território nacional, mas com maior representatividade de CFOs no Estado de São Paulo.

Gostou do artigo? Saiba mais sobre finanças, tecnologia e as perspectivas de CFOs sobre negócios e economia assinando gratuitamente nossas newsletters e ouvindo nossos podcasts na sua plataforma de streaming favorita.

Compartilhar:

Autoria

Luis Gabatelli

Subeditor de digital para HSM Management e MIT Sloan Management Review Brasil.

Artigos relacionados

Imagem de capa A importância dos relatórios ESG vai aumentar – e muito

Sustentabilidade

15 Março | 2024

A importância dos relatórios ESG vai aumentar – e muito

Impactos das novas diretrizes de relatórios da UE ultrapassarão as fronteiras da Europa, exigindo que empresas relatem sobre impactos materiais

Brian Tomlinson e Lucy Godshall

9 min de leitura

Imagem de capa Como a experiência do cliente dita o rumo das organizações financeiras

Business content

17 Fevereiro | 2022

Como a experiência do cliente dita o rumo das organizações financeiras

Autoatendimento digital, APIs e processamento de dados fazem toda diferença na hora de planejar uma melhor experiência do consumidor

Leonardo Pujol

4 min de leitura

Imagem de capa Há um jeito melhor de conseguir dinheiro para novos projetosAssinante

Finanças

13 Fevereiro | 2022

Há um jeito melhor de conseguir dinheiro para novos projetos

Para tomar decisões mais eficazes na hora de destinar a verba de inovação, a empresa precisa minimizar vieses e envolver mais gente

Thorsten Grohsjean, Linus Dahlander, Ammon Salter e Paola Criscuolo
Imagem de capa Como os fundos quant estão alterando a forma de investir?

Finanças

12 Janeiro | 2022

Como os fundos quant estão alterando a forma de investir?

Podemos resumir os fundos quantitativos como algoritmos que tomam decisões de investimentos, mas esse conceito reduz e muito um modelo complexo de estratégias e análises que é e será cada vez mais determinante no futuro do mercado de ações

Marcelo Botelho da Costa Moraes

6 min de leitura

Imagem de capa Origin: do aporte milionário à rota de expansão global

Finanças

29 Dezembro | 2021

Origin: do aporte milionário à rota de expansão global

Em entrevista, João de Paula, um dos fundadores da startup americana, explica como a Origin pretende aplicar o mais recente aporte série B e fala sobre os desafios de oferecer um serviço de saúde financeira, cada vez mais global, num período de incertezas em todo o mundo

Luis Gabatelli

6 min de leitura

Imagem de capa O papel dos CFOs na era digital

Finanças

08 Setembro | 2021

O papel dos CFOs na era digital

Para avançarmos no processo de transformação digital, apresento cinco princípios para que CFOs sejam líderes da agenda de digitalização dentro das organizações

Paulo Mendes

3 min de leitura