fb

Business content

4 min de leitura

Iugu: pronta para voos mais altos com apoio às PMEs

Após autorização do Banco Central para operar como instituição de pagamento, fintech promoveu mudanças para novo ciclo

Angela Miguel

15 de Março

Compartilhar:
Artigo Iugu: pronta para voos mais altos com apoio às PMEs

O ano de 2020 foi um divisor de águas para a iugu, fintech brasileira fundada em 2012 em Dourados, no Mato Grosso do Sul. Em agosto último, ela obteve a autorização do Banco Central (BC) para operar como instituição de pagamentos, ação pleiteada quatro anos antes. No mês seguinte, recebeu aporte que totalizou R$ 120 milhões. O aporte completou uma rodada de investimento iderada pelo Goldman Sachs Merchant Banking, braço de private equity do famoso banco de investimento norte-americano.

Assim, a iugu teve de fazer uma série de mudanças desafiadoras para estrear essa nova fase de crescimento, respeitando todos os critérios éticos, de governança, compliance etc. André Luiz Gonçalves, CFO na iugu, foi entrevistado no programa “Eixo Exponencial SAP – O futuro no agora: existe um caminho certo para os modelos de negócio?”, no dia 4 de março de 2021, e contou em mais detalhes o processo de transformação que a organização passou devido ao BC, ao investimento do Goldman Sachs e, é claro, à pandemia de Covid-19 e suas consequências. MIT Sloan Management Review Brasil esteve na bancada de entrevistadores.

Gestão transparente

Um dos primeiros passos que a iugu deu foi aprimorar as atividades do back-office. Para isso, decidiu implementar um sistema de gestão inteligente, e o escolhido foi o SAP S/4HANA. O projeto tem go live previsto para o segundo semestre de 2021, e com ele, a fintech espera trazer ainda mais robustez aos processos e controles internos, em um ambiente regulatório mais sofisticado, como o exigido de instituições de pagamento.

Não é trivial para uma startup passar a se submeter a processos de supervisão do Banco Central e de uma auditoria independente – a KPMG, no caso –, a fim de garantir as conformidades. Desde setembro de 2020, a iugu passou a cumprir com compliance mensal e semestral junto ao Banco Central.

A nova ferramenta de gestão é importante, entre outras coisas, porque permite parametrizar todos os relatórios, de acordo com Gonçalves. “É um investimento importante e estratégico para nós, que permite escalabilidade do nosso negócio com segurança para os clientes e fornecedores, e transparência para os nossos acionistas”, disse o CFO da iugu.

Parceria em produtividade e eficiência

Durante o Eixo Exponencial SAP, Gonçalves enfatizou que a fintech, atuante no segmento de pequenas e médias empresas, quer ser muito mais do que uma empresa de meios de pagamento para seus clientes. “Transformamos a história dos nossos clientes para que possam focar em seu core business, deixando que a iugu gerencie sua produtividade e dê eficiência a seu fluxo financeiro de ponta a ponta, para dar transparência aos resultados”, afirmou Gonçalves.

Além de fornecer às PMEs da sua carteira a solução de recebimento por boleto, cartão de crédito e Pix, a fintech dispõe de solução de automação permitindo a conciliação do fluxo financeiro e gerando uma série de relatórios de controles de faturamento, recebíveis, cobranças recorrentes.

Sua plataforma ainda calcula automaticamente o comissionamento de vendedores de modo parametrizado, o que, conforme explica Gonçalves, evita trabalhos manuais de conciliação – que, por sua vez, estão sujeitos a erros e inibem o crescimento, se traduzindo em uma gestão financeira ineficiente. “Nossos clientes costumam dizer que saíram da idade da pedra”, completa o executivo.

A inovação na iugu parece estar só começando. “Desde a autorização do Banco Central, nossa área de tecnologia está trabalhando em integrações com o sistema de pagamentos brasileiro para a desenvolver novos produtos. Vamos oferecer opções como TED para terceiros, transferências via Pix, pagamentos de contas e tributos. E ainda teremos um cartão pré-pago bandeirado para o cliente fazer uso dos recursos que estão na sua conta iugu. E isso é só o começo nessa nova jornada da iugu”, adiantou Gonçalves, mostrando o caminho do crescimento da empresa.

Origem na garagem

A iugu – cujo nome é um trocadilho da palavra em latim iugo, que significa “união, conectar-se” – nasceu de uma necessidade de seus fundadores, Patrick Negri e Marcelo Paez, quando tentaram criar um negócio SaaS, em 2012. Na época, as empresas de pagamento existentes no Brasil eram focadas em soluções para o e-commerce tradicional e ignoravam PMEs tecnológicas. Foi quando Negri e Paez perceberam o espaço para uma fintech que atendesse a necessidade de negócios diferenciados, como SaaS, marketplaces e aplicativos.

Em seus nove anos de história, a iugu já processou R$ 14 bilhões. Hoje, com cerca de 169 colaboradores, é responsável pela gestão de mais de 60 mil contas ativas e informa registrar uma taxa de satisfação dos clientes de 98%.

Sua receita tem dobrado anualmente – fechou 2019 com faturamento de R$ 40 milhões – e os números de 2020, com o foco redirecionado para e-commerces, prometem. Até o fechamento desse texto, o balanço final não estava publicado, mas a expectativa da empresa é continuar entregando um crescimento significativo sobre o ano anterior. Em tempo: a iugu foi fundada na garagem da casa da mãe de Negri.

Saiba mais sobre disrupções no mercado por meio de nossas newsletters.

Compartilhar:

Autoria

Angela Miguel

Angela Miguel é editora de conteúdos customizados na Qura Editora para as revistas MIT Sloan Management Review Brasil e HSM Management.

Artigos relacionados

Imagem de capa Os impactos da lei que determina o combate à ilegalidade e à desinformação pelas big techs na UE

Gestão da tecnologia

12 Janeiro | 2023

Os impactos da lei que determina o combate à ilegalidade e à desinformação pelas big techs na UE

Em entrevista, advogado André Giacchetta explica os impactos das novas regras na União Europeia – e os reflexos da lei no Brasil

Paulo César Teixeira

5 min de leitura

Imagem de capa Modernização de aplicações: como acelerar a transformação digital?

Business content

31 Março | 2022

Modernização de aplicações: como acelerar a transformação digital?

O modelo de negócio deve ser repensado para se obter o melhor de um programa de modernização, que deve ser realizado de forma progressiva, balanceada e orientada

Renata Proença

3 min de leitura

Imagem de capa Atendimento cognitivo: de onde viemos e para onde vamos

Business content

18 Março | 2022

Atendimento cognitivo: de onde viemos e para onde vamos

Em nome das experiências sem ruído, os negócios incorporam chatbots em seus atendimentos. Mas eles precisam de equipes preparadas para lidar com modelos estatísticos, algoritmos de IA, NLP e ciência de dados

Claudia Nolla Kirszberg

7 min de leitura

Imagem de capa Novas versões para os velhos modelos de negócio high touch

Business content

11 Março | 2022

Novas versões para os velhos modelos de negócio high touch

Não se sabe ainda se esta era será marcada pelo distanciamento social, mas essa possibilidade faz com que acrescentar tecnologias a serviços de alto contato tradicionais seja um negócio promissor

Matt Josefy

4 min de leitura

Imagem de capa As tendências comportamentais que prometem moldar os negócios em 2022

Business content

22 Fevereiro | 2022

As tendências comportamentais que prometem moldar os negócios em 2022

Relatório Fjord Trends 2022 aponta para o início de uma transformação comportamental. Ivan Lucchini, diretor executivo da Fjord, parte da Accenture Interactive, explica como acompanhar essas mudanças

Rodrigo Oliveira

6 min de leitura

Imagem de capa Como a experiência do cliente dita o rumo das organizações financeiras

Business content

17 Fevereiro | 2022

Como a experiência do cliente dita o rumo das organizações financeiras

Autoatendimento digital, APIs e processamento de dados fazem toda diferença na hora de planejar uma melhor experiência do consumidor

Leonardo Pujol

4 min de leitura