Na era dos robôs inteligentes, quem tem o chip é rei
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Até o final de 2024, a inteligência artificial generativa deve, por meio de interfaces de programação de aplicação (os famosos APIs), movimentar R$ 5 bilhões no mercado corporativo brasileiro. Esse foi o número que a TDS.company encontrou em um estudo preliminar feito para embasar debate no TDC Summit 2024 – The Developers Conference, que aconteceu recentemente.
Uma série de movimentos contribui para essa projeção:
Outra explicação para o crescimento rápido do mercado talvez esteja nos aprendizados já feitos por boa parte das empresas, uma vez que vão reduzindo a insegurança na tomada de decisões. Entre eles, o de que indubitavelmente um gargalo de talentos com o qual se deve conviver e este representa mais custos; o de que é melhor focar na criação de aplicativos internamente porque ainda faltam aplicativos de IA empresarial comprovados no mercado; o de que o mercado favorece produtos escaláveis (produtos como serviços) em vez de focar serviços meramente; o de que se deve aproveitar os dados exclusivos da empresa para aplicativos de impacto; e, por fim, o de que é melhor priorizar ferramentas que ajudam a usar IA de maneira responsável e transparente.
Como cada empresa vai evoluir diante dessa previsão geral? A nosso ver, depende de como cada uma vai articular o uso da inteligência artificial generativa, a IA em apoio à inteligência social/coletiva e a IA no apoio individual, oferecendo insights valiosos, e novas formas de interação e automatizando tarefas para liberar o tempo humano.
A IA artificial em si é valiosa pela capacidade de a máquina conseguir insights sobre padrões que seriam difíceis para os humanos, ao menos em curtos intervalos de tempo. A IA apoia a inteligência social ao impactar a capacidade de as pessoas da organização interagirem, se comunicarem e colaborarem umas com as outras. A IA apoia a inteligência individual quando alavanca as capacidades cognitivas, emocionais e criativas de cada ser humano e, assim, amplifica sua compreensão de mundo e sua habilidade de resolver problemas.
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A partir da projeção do mercado e do entendimento das três inteligências criamos três cenários de investimento no futuro próximo para a IA que os gestores brasileiros podem ter em mente:
Adoção acelerada, onde há sinergia entre as três inteligências.
Adoção gradual, com foco na complementação e aprimoramento.
Adoção limitada, com ênfase em soluções tradicionais.
A seguir, descrevemos os três com recortes para o C-level e as operações, e levantamos as perguntas essenciais em relação ao ROI.
Neste futuro, as empresas investem em soluções que combinam as três dimensões de inteligência.
Para o C-level, investem na IA generativa que auxilia na análise de dados e na tomada de decisões estratégicas, gerando relatórios personalizados e insights preditivos. Também investem em plataformas com IA que habilitem a inteligência social ao facilitar a comunicação e a colaboração entre líderes e ao permitir a rápida resolução de problemas e a criação de estratégias inovadoras. E investem em ferramentas personalizadas de IA que aumentem a produtividade e a criatividade individuais dos líderes, automatizando suas tarefas repetitivas para lhes dar mais tempo de criação e lhes fornecendo informações relevantes.
Na operação, chatbots e assistentes virtuais com linguagem natural facilitam a comunicação entre funcionários e clientes, automatizando tarefas e resolvendo problemas de maneira rápida e eficiente; plataformas de crowdsourcing e gamificação incentivam a inteligência coletiva dos funcionários, promovendo a inovação e a resolução conjunta de problemas; e sistemas de IA adaptáveis personalizam o ambiente de trabalho para cada colaborador, otimizando seu fluxo de trabalho e sua produtividade.
As questões críticas a responder para haver um maior ROI em IA nesse cenário são as seguintes:
Nesse cenário, IA é adotada, com foco em complementar e aprimorar as capacidades humanas.
No C-level, as empresas investem em IA generativa para auxiliar na pesquisa de mercado e na análise de dados, fornecendo insights que podem ser usados para tomar decisões mais informadas. Investem na IA social ao contratar plataformas de IA que facilitam o compartilhamento de conhecimento e a resolução de problemas entre os líderes. E investem nas mesmas ferramentas de IA personalizadas já citadas no cenário anterior.
Na operação, os investimentos em IA generativa e social são similares aos do cenário 1, mas, no aso da inteligência social, ela é mais focada na melhoria de processos e produtos e não na resolução de problemas como um todo. E o investimento em IA no nível individual se refere a sistemas de IA que fornecem aos funcionários feedback em tempo real sobre seu desempenho, ajudando-os a melhorar suas habilidades.
Quanto a questões críticas para aumentar o ROI em IA no cenário 2, listamos as seguintes:
Neste cenário, Ia A enfrenta desafios significativos para alcançar a adoção em larga escala. Preocupações com custo, segurança, ética e o impacto no trabalho humano limitam o investimento. As empresas podem optar por soluções tradicionais ou esperar que a tecnologia de IA amadureça.
Para o C-level, o investimento em IA generativa será limitado a tarefas específicas como geração de relatórios simples ou análises básicas de dados. O foco ao investir na IA para inteligência social será em plataformas tradicionais de comunicação e compartilhamento de conhecimento com recursos limitados de colaboração inteligente. E, no âmbito individual, a empresa investirá em automação de tarefas repetitivas ou sistemas de feedback básicos.
Na operação, por sua vez, a IA generativa receberá investimentos para casos específicos como chatbots para atendimento primário ou geração de documentação-padrão. Em se tratando de investir em IA para a inteligência coletiva, haverá ênfase em soluções convencionais de colaboração com recursos restritos para ideação ou resolução conjunta de problemas. E o investimento em IA individual vai se destinar ao uso limitado para sistemas de treinamento padronizados ou para automação de tarefas com mínima adaptação.
E as questões críticas sobre o ROI em IA no cenário 3 são:
O IMPACTO DE IA NAS EMPRESAS nos próximos cinco anos será moldado pela integração sinérgica das três dimensões da inteligência: individual, social e artificial. A velocidade e o escopo da adoção de IA dependerão das decisões de investimento das empresas, e também da maturidade tecnológica, do ambiente regulatório e da capacidade de usar IA de maneira ética e responsável.
A nosso ver, as empresas que se anteciparem a essa transformação, investindo na convergência das três inteligências e focando em soluções que potencializem as habilidades humanas, tendem a ser as mais bem-sucedidas em se adaptar ao futuro. Mas é fundamental que, o tempo todo, as organizações considerem cuidadosamente as questões críticas relacionadas ao ROI em IA, buscando equilibrar os benefícios potenciais com os riscos e desafios envolvidos.
Este artigo traz os highlights de um estudo feito pela TDS.company, consultoria de transformação estratégica que desenha, desenvolve e opera plataformas, serviços e modelos de negócio, para parceiros que querem acelerar suas jornadas de inovação. O estudo foi feito sob coordenação de Silvio Meira e com colaboração de André Neves, entre outros.
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