Quer libertar suas ideias? Organize-as – Parte 2
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O sentimento de se sentir incapaz e insuficiente é inescapável ao ser humano, sempre estará ali presente nos atormentando. Mas existem quatro sugestões que, se forem bem feitas, podem ajudar na sensação desagradável de inadequação em momentos críticos da vida profissional
Augusto Dias Carneiro
05 de Junho
Quem já não teve aquela sensação desagradável de inadequação em momentos críticos de nossa vida profissional?
Imagine que você vai iniciar daqui a pouquinho uma apresentação sobre um tema que domina. Você levou vários dias em preparação, conferiu todos os fatos e metodologias de análise, e ensaiou, na frente do espelho e também com colegas. De repente seus joelhos bambeiam, você sente aquele frio na barriga e passa pela sua cabeça: “O que estou fazendo aqui?”.
Pauline Clance e Suzanne Imes passaram cinco anos entrevistando algumas centenas de mulheres bem sucedidas, e depois de terem seu artigo recusado por diversas publicações, finalmente conseguiram em 1978 publicá-lo em um periódico de psicologia relativamente obscuro.
Em 1985, Pauline Clance o converteu em livro, The impostor phenomenon: overcoming the fear that haunts your success. Este livro - agora rebatizando a síndrome de fenômeno do impostor - já foi citado em outras publicações algumas dezenas de milhares de vezes. Pauline Clance na entrevista mencionada abaixo acredita ter listado todas as citações, e a lista dela já alcançou 200 páginas!
Em 1985, ela criou a escala Clance, para medir em que nível uma pessoa está se sentindo impostora, que, desde 2021, tem uma versão brasileira.
Em fevereiro de 2021, Ruchika Tulshian e Jody-Ann Burey publicaram na Harvard Business Review o artigo “Stop telling women they have imposter syndrome”. As autoras são bastante conhecidas no universo da diversidade & inclusão. Com uns 30 anos de atraso, este artigo mudou a discussão de duas formas essenciais:
Em 6 de fevereiro deste ano, Leslie Jamison publicou na New Yorker um artigo muito interessante em que as autoras do artigo de 1978 (agora na faixa dos 80) foram entrevistadas e ainda se surpreendem com a repercussão de suas ideias. Elas ainda põem em dúvida suas conclusões de 45 anos atrás, em boa parte porque nunca se preocuparam em fazer um tratamento científico mais rigoroso dos depoimentos que haviam acumulado. E Leslie Jamison agrega uma observação valiosa: que esta sensação de inadequação não é uma síndrome, mas parte inescapável de estar vivo.
Este artigo da New Yorker gerou rapidamente reações extremas (no Twitter) e logo em seguida gerou outras matérias do tipo “Como lidar com…”. Eis uma delas, do The New York Times.
Aproveito para reproduzir quatro sugestões, que podem ser úteis para quem se encontra no dilema expresso no primeiro parágrafo deste artigo:
Fazer bem os quatro itens requer acreditar em autossugestão. Eu nas sessões de coaching observo o grande ceticismo com que muita gente lida com isso.
Uma busca gera centenas de textos e vídeos, a maioria lidando mal com o “como fazer”; então confira esse artigo de 2014 sobre o “como”. Este é outro tema bem polêmico, e por isso o autor Ethan Kross, e mais oito coautores, por 21 páginas mostram extremo rigor científico.
Coach, headhunter, autor, mediador e board member, Augusto Dias Carneiro é sócio da Zaitech Consultoria. Autor de Guia de Sobrevivência na Selva Empresarial.
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