Quer libertar suas ideias? Organize-as – Parte 2
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Somos bombardeados todo dia com enormes quantidades de dados e informações, nem todos verdadeiros. Isso tem sido a causa de muitos comportamentos destrutivos, que vão da inação à depressão. E esta situação não parece que vai melhorar!
Augusto Dias Carneiro
08 de Maio
Imagine um daqueles arquivos de aço de antigamente, com quatro gavetas. Cada gaveta tem uma etiqueta intitulada, de cima para baixo, “mistérios”, “fatos”, “números” e “dados”.
Esta classificação foi “roubartilhada” do artigo publicado no The New Yorker, “The data delusion”, de Jill Lepore, professora de história em Harvard e também staff writer (não sei como se escreve este título em português mas asseguro que soaria bem menos chique) da revista The New Yorker, cuja leitura recomendo, por transcender de muito o escopo desta minha coluna.
Hoje eu quero focalizar a quarta gaveta: dados. Nas empresas, usamos dados para três finalidades diferentes:
Saber selecionar a informação relevante no meio desta verdadeira pororoca que encaramos todos os dias pode ser uma tarefa bem complexa. E delegar partes dela a colegas e subordinados pode também ser difícil, porque, muitas vezes, a) ainda não definimos o tema dentro de nossa própria cabeça o suficiente para verbalizá-lo para terceiros, e b) a própria análise dos dados muitas vezes aperfeiçoa nosso ponto de vista.
Conversando com executivos que fazem isso muito bem, descobri que eles próprios às vezes têm dificuldade em expressar por quais caminhos mentais isso se dá. A resposta mais frequente foi uma referência a algum chefe que tiveram no início de suas carreiras, que gostava muito de desenvolver seus subordinados.
Se você é recém-chegado ao tema, recomendo o clássico A arte de fazer acontecer, de David Allen e Brandon Hall. Não se deixe enganar por – à primeira vista - não parecer que lida com dados! Pelo contrário: explica direitinho onde e quando os dados entram no processo.
Para os mais avançados, minha referência favorita é How to take smart notes, por Söhnke Ahrens, com tradução para o português prometida para muito breve (conforme ele mesmo informa no site dele). Embora lide com outro tópico – como preparar-se para escrever um artigo técnico – é uma referência espetacular para todo mundo que precisa lastrear suas decisões em dados.
O mais comum é termos algumas horas/dias para fazer o acima, mas existem situações em que um executivo precisa tomar decisões difíceis em poucos segundos. Aí os dados vão para o banco de trás e entra em cena o livro Rápido e devagar, de Danny Kahnemann, que já mencionei aqui.
E se você, como muitos outros executivos, se pergunta quase todos os dias: “Se todo mundo parece tão ocupado, por que a gente tem tanta dificuldade em finalizar as coisas?”. Encerro com este artigo delicioso da McKinsey.
Coach, headhunter, autor, mediador e board member, Augusto Dias Carneiro é sócio da Zaitech Consultoria. Autor de Guia de Sobrevivência na Selva Empresarial.
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